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O dinheiro gasto pelos portugueses em jogos e casinos online
Os portugueses são dos maiores participantes da Europa em jogos de sorte e azar e em casinos online.
Portugal é um dos líderes europeus tanto em percentagem da população que gasta dinheiro neste tipo de jogos como nas quantias que cada um gasta, em média. A Organização Mundial da Saúde classifica os jogos da sorte como potenciais formas prejudiciais de comportamentos de vício. Anualmente, a OMS promove a discussão sobre formas de mitigar os potenciais riscos do jogo e as consequências de comportamentos associados. Contudo, para muitas pessoas, os jogos da sorte são meras formas de divertimento e relaxamento. Quais são os hábitos e preferências dos portugueses nesta indústria?
O Serviço de Regulação e Inspecção de Jogos – SRIJ – também acautela para os riscos envolvidos com os jogos populares em casinos online, mas reforça a mensagem de que estas actividades devem ser encaradas como lazer e geridas com moderação. O SRIJ publica todos os anos e trimestralmente relatórios estatísticos sobre os hábitos de jogo dos portugueses.
Um país pequeno, mas grande apostador
Embora pequeno em dimensão e população, Portugal é dos países europeus mais representados em sites de jogo. Um estudo apresentado por investigadores da Escola de Medicina da Universidade do Minho e do ICVS, revelou que em raspadinhas, por exemplo, cada português gasta, em média, 140 euros por mês, enquanto ao nosso lado, os nossos vizinhos espanhóis gastam apenas 14 euros por mês – uma diferença 100 vezes superior!
Mas o mercado online das apostas não é negligenciado pelos portugueses e a indústria tem sido bem sucedida em capitalizar este interesse, com ofertas de bónus ou ao permitir depósitos mínimos nos casinos online. De acordo com o relatório do SRIJ referente ao terceiro trimestre de 2021 (o último relatório publicado à data), a actividade de jogos e apostas online “gerou cerca de 114,2 milhões de euros em receita bruta” em Portugal, um aumento em 30 milhões em relação a 2020.
Em que apostam os portugueses?
As apostas dos Portugueses podem ser divididas em duas grandes categorias: jogos de fortuna ou azar e apostas desportivas à cota. Dos 114 milhões de euros de receita no terceiro trimestre de 2021, cerca de 57% pertenceu aos jogos de fortuna ou azar e os restantes às apostas desportivas. Ambas as categorias de apostas cresceram em 2021, quando comparadas com o período de 2020, mas o crescimento foi mais acentuado nas apostas desportivas, certamente devido à falta de competições durante esse ano devido à pandemia.
Nas apostas em jogos de fortuna ou azar, os preferidos dos portugueses são os jogos de máquinas, como os Slots, e representa mais de 70% das apostas dos portugueses em sites como casinos online. Muito atrás e a gozar de uma popularidade mais modesta, aparecem os jogos da Roleta Francesa e o Blackjack.
Nas apostas desportivas, o futebol lidera como desporto principal, sem grandes surpresas, seguido do ténis. No futebol, as ligas que recebem a maior atenção são a Primeira Liga Portuguesa e a EUFA Champions League, seguidas da Liga Espanhola e da Premier League. Já no ténis, as apostas concentram-se principalmente nos torneios Grand Slam que ocorrem ao longo do ano.
Um crescimento sem fim à vista
Uma rápida análise dos relatórios publicados pelo SRIJ desde 2017, oferece uma imagem clara do futuro do negócio das apostas em Portugal. Ano após ano, a quantidade de apostas e a sua quantia aumentaram continuamente. Os anos de 2020 e de 2021, atormentados pela pandemia mundial, apenas exacerbaram uma tendência que já existia. Não foi a pandemia que empurrou os portugueses para o mundo das apostas online, mas sim criou, simplesmente um ambiente propício ao crescimento deste negócio.
Para um país tão pequeno e com já conhecidas dificuldades económicas, o impacto das apostas nos orçamentos dos portugueses merece ser considerado. Para já, os sucessivos governos têm desempenhado um papel de cobrador de impostos destas actividades, para uma potencial redistribuição posterior, ao mesmo tempo que tentam regular e restringir o mercado.
